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| Kaká Rodrigues |
Se a comunicação entre equipes é indispensável para o funcionamento de qualquer empresa, a boa comunicação entre todas as pessoas colaboradoras, lideranças e liderados ou colegas de equipe e intrassetores, se mostra essencial para que essa organização permaneça sólida e alcance seus objetivos. É o que mostra a pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), “Comunicação Não-Violenta em Empresas: Um Estudo sobre a Relação entre a Aplicação da CNV e a Redução de Conflitos, Melhoria do Clima Organizacional e Aumento da Motivação dos Funcionários”, publicada na Revista de Administração Contemporânea em 2021.
O estudo revelou que as empresas que adotam a Comunicação Não-Violenta (CNV) apresentam em média uma redução de 30% nos conflitos entre funcionários e registram uma melhoria de 25% no clima organizacional, com consequente aumento de 15% na motivação das pessoas colaboradoras.
Esta realidade está presente não só no Brasil. Um estudo anterior, da Universidade de Harvard, "The Impact of Nonviolent Communication on Organizational Performance", de 2020, já provou que as organizações adeptas da CNV, pelo mundo, aumentaram em 15% sua lucratividade, uma vez que a prática levou essas empresas a melhorar a comunicação, a colaboração e a motivação de seus times, elevando a produtividade e eficiência das equipes e, por consequência, reduziu em 25% a rotatividade das pessoas colaboradoras.
“A CNV é uma ferramenta muito poderosa para a mudança de consciência, pois tem como base a busca por uma transformação sistêmica e a eliminação dos sistemas de opressão, que estão muito presentes dentro das organizações”, explica a especialista em diversidade e inclusão Kaká Rodrigues, co-founder da consultoria Div.A Diversidade Agora!.
De acordo com a especialista, este recurso é fundamental para promover uma convivência mais humanizada no ambiente de trabalho, não se limitando apenas a esse aspecto. “A Comunicação Não-Violenta busca a transformação das nossas relações em três dimensões: intrapessoal, que envolve a relação consigo mesmo; interpessoal, que se refere à relação com os outros; e sistêmica, que aborda a relação com grupos e com a sociedade", explica.
Kaká Rodrigues enfatiza que introduzir a prática da CNV nas empresas auxilia na promoção da empatia entre as pessoas colaboradoras, na construção de ambientes mais acolhedores, na mediação e resolução pacífica de conflitos, na redução dos índices de agressões verbais e físicas, no fomento e na manutenção de relacionamentos saudáveis entre as pessoas que trabalham juntas, bem como na promoção de uma gestão otimizada das equipes, mantendo sempre a abertura ao diálogo honesto.
Além disso, a especialista destaca o impacto positivo que a adoção da Comunicação Não-Violenta pode ter na cultura de uma empresa. “É importante levar a CNV para as organizações para trabalhar nessa questão da relação interpessoal e melhorar a forma como nós fazemos feedbacks e a transformação dos nossos conflitos, mas o que eu acredito mesmo, é que para termos um impacto real e profundo, a gente precisa levar a CNV e falar de mudança de consciência”, ressalta Kaká Rodrigues.
Segundo a co-founder da Div.A, a implantação da CNV nas empresas começa por meio do diagnóstico da cultura e comunicação da empresa. “Após essa pesquisa, é preciso investir em conteúdos e treinamentos voltados à CNV, começando pela liderança. É essencial valorizar a escuta sempre, ouvir as equipes e saber a opinião das pessoas colaboradoras sobre a empresa e os passos que estão dando, além de criar ambientes colaborativos, onde haja livre troca de ideias. É com uma atitude proativa e vontade de mudar que uma organização conseguirá se transformar para um ambiente no qual as pessoas vão gostar de estar e se sentir bem trabalhando, e isso só traz benefício para todos e prosperidade para o negócio”, conclui.
13/09/2023
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