A professora Hayley Leake testou suas teorias em um show de realidade, um evento de sobrevivência para esportistas - ela venceu a competição.
04/01/2022 - Redação do Diário da Saúde
Hayley Leake [Imagem: Nigel Wright] |
Dor como resposta do cérebro
Uma abordagem psicológica para aprender sobre a dor pode melhorar a vida das pessoas que sofrem de dor crônica, de acordo com pesquisadores da Universidade Sul da Austrália.
A pesquisa mostra que os voluntários adultos alcançaram bons resultados na recuperação da dor crônica com a aprendizagem de três conceitos sobre dor:
- Dor não significa que meu corpo está danificado.
- Pensamentos, emoções e experiências afetam a dor.
- Posso treinar meu sistema superprotetor da dor.
Esses conceitos refletem uma aplicação do modelo biopsicossocial, que é fundamental para fornecer intervenções eficazes para ajudar as pessoas com dor crônica, um leque de condições para as quais não há terapias medicamentosas ou cirúrgicas.
"Quando a dor persiste, ela pode perturbar todos os aspectos da vida - incluindo escola ou trabalho, conexões sociais e familiares e saúde física e mental," descreve a professora Hayley Leake. "A ciência moderna da dor sugere que a dor é uma saída protetora do cérebro em resposta à ameaça. A ameaça pode assumir muitas formas, não apenas o que está acontecendo em seu corpo, mas também em seus pensamentos, emoções e contexto."
Educação em dor é tratamento
Usando uma abordagem de várias técnicas psicológicas, a equipe de Leake explorou o valor da educação tratamento da dor entre participantes adultos e adolescentes.
Entre os adultos, os resultados mostraram que o ensino da ciência da dor ajudou as pessoas a se recuperarem da dor crônica ao compreender que isso não significava que seu corpo estava ferido, que o estresse e a emoção podem aumentar as percepções de dor e que era possível reformular a dor como uma "superproteção" que poderia ser reduzida.
A técnica funcionou de modo ligeiramente diferente para os mais jovens.
"Ao comunicar os conceitos da dor aos adolescentes, identificamos sete objetivos de aprendizagem que podem ajudar os adolescentes a compreender melhor a dor," descreveu Leake. São eles:
- A dor é uma protetora.
- O sistema de dor pode se tornar superprotetor.
- A dor é um produto do cérebro.
- A dor não é um marcador preciso do estado do tecido biológico.
- Existem muitos contribuintes potenciais para a dor de uma pessoa.
- Somos todos bioplásticos (adaptáveis às mudanças).
Educação em dor é tratamento.
"Reenquadrar as percepções da dor é fundamental. Instilar a esperança de que a mudança é possível pode fazer toda a diferença para um jovem que luta contra a dor crônica," concluiu Leake.
Checagem com artigo científico:
Artigo: What do patients value learning about pain? A mixed-methods survey on the relevance of target concepts after pain science education
Autores: Hayley B. Leake, G. Lorimer Moseley, Tasha R. Stanton, Edel T. O'Hagan, Lauren C. Heathcote
Publicação: Scandinavian Journal of Pain
Vol.: 162 - Issue 10 - p 2558-2568
DOI: 10.1097/j.pain.0000000000002244
INTERESSANTE ESSA QUESTÃO.
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